Ouço desde pequeno que as maiores alegrias estão nos gestos mais simples. Que os menores frascos têm os melhores perfumes. E também, que os momentos inesquecíveis geralmente nascem de atitudes despretensiosas. Acredito em tudo isso, mas se é mesmo verdade, porque não praticamos. Porque, ao invés de exaltar pessoas inteligentes e bem humoradas, admiramos pessoas ricas e poderosas. Porque lutamos tanto contra o preconceito racial, se o padrão de beleza da maioria tem pele e olhos claros? Sinceramente não entendo. De tanto questionar, e ser questionado, criei os meus padrões. E eles são: Não seguir nenhum padrão. Adoro meu samba e todos sabem, mas se hoje quero ouvir musica sertaneja, que venham Victo e Léo, Bruno e Marrone. Estou a fim de passear; bermuda e chinelo, sem me preocupar se os vendedores das grandes butiques não irão me abordar com aquele tradicional e chato “Posso te ajudar? Fique a vontade, se precisar me chame”.
E foi assim, sem seguir padrão que passei a admirar muito uma pessoa. Ela não tem o corpo da Juliana Paes. Não tem a cara de devoradora da Débora Secco, nem tão pouco é uma mulher de peito como Pammela Anderson. Mas ela é natural. Sabe aquela pessoa que você sente vontade de andar a pé pelo calçadão, tomar um sorvete de palito, olhar as vitrines das lojas e rir, de todos e de tudo? Sabe aquela mulher que você deseja mais o DEPOIS do que o DURANTE, que o prazer maior é de ficar abraçado olhando para o nada, e pedindo para que o relógio pare, eternizando esse momento? Talvez se eu passasse pela rua, na correria do dia a dia nem a notaria. Ela é uma jóia tão rara que precisa de tempo para que você conheça suas qualidades. Não é aquela mulher que passa na rua e você grita gostosa. Com ela você quer muito mais que isso. Com ela, você sente vontade de ver novela das oito. Sente vontade de oferecer o golaço que fez na pelada. Pasmem! Sente até vontade de ir ao shooping, vendo-a experimentar vinte vestidos, treze calças, não levar nenhuma e ainda reclamar dos preços. Sabe aquela pessoa, que mesmo no fim de tudo, você enche o peito e fala com orgulho, valeu a pena!
Sabe aquela pessoa?
Eu sei..
Um comentário:
Neste momento,
penso em você e então
quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e
me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento e
estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí,
agora... neste momento,
em pensamento... no vento.
Postar um comentário